Bananas Brasil: Razões que motivaram o golpe em Jaçanã

Razões que motivaram o golpe em Jaçanã


         


A falsidade, a inveja, a ambição e a ganância são sentimentos mesquinhos que habitam no coração de alguns humanos desde os primórdios da humanidade. As Sagradas Escrituras estão cheias de exemplos de pessoas que arruinaram vidas movidas por esses nefastos sentimentos, como Caim quando matou seu irmão Abel e Judas quando traiu Jesus. 
          A literatura e o teledramaturgia também estão cheias de histórias em que a criatura se volta contra o criador. Não raras vezes, especialmente no meio político, a presença desses sentimentos é tão comum que as pessoas passam por cima de qualquer princípio de moralidade, de ética ou de valores em nome da ganância e da briga pelo poder.
          Desde que entrei para política tenho vivenciado de perto esse submundo de sentimentos maldosos e nefastos. Recentemente fui traído por pessoas que estiveram comigo na batalha contra os grupos dominantes na última campanha eleitoral e que agora se juntam a esses mesmos grupos em nome de sua soberba, da sua ganância e do desejo de assumirem a prefeitura para administrarem a seu bel prazer, fazendo barganha e praticando a velha política do “toma lá da cá”. Sem a menor condição de serem eleitos pelo voto direto como eu fui, querem agora usurpar a prefeitura arquitetando um golpe político.
          Eu nunca fui político e nunca quis ser. Aceitei ser candidato apenas para atender a um clamor popular. Aceitei porque era chegada a hora de essa cidade experimentar a gestão de uma pessoa nova na política e não atrelada às mesmas famílias de sempre. Era chegada a hora de permitir que um filho natural dessa terra também pudesse dar a sua contribuição em prol desse município e instaurasse um novo modelo de administração pública. E assim se deu. E a maioria da população apostou e aceitou essa mudança. O povo quis. Eu não roubei o lugar de ninguém.
          Esses grupos dominantes que perderam as eleições para mim nunca aceitaram a minha chegada e nem a minha forma de governar. Eu sempre me pautei num mandato popular, sem loteamento da máquina pública, sem conchavos com empresários e sem agiotagem de qualquer tipo. Não sou mártir, mas não quis repetir as mesmas práticas políticas que tantos de nós abominamos e lutamos contra. Daí a revolta que assistimos hoje.
          Hoje vemos a união dos grupos políticos de carreira em prol da cassação do meu mandato, orquestrado num golpe armado para me tirar da prefeitura para que eles possam reassumir a gestão e voltarem a fazer a velha política de sempre, onde o que importa mesmo são os seus interesses pessoais. Para eles, me tirar da prefeitura é uma forma de me aniquilar e de me banir definitivamente da vida pública, pois eu sempre serei uma ameaça aos seus projetos de retorno.
          Diante de uma gestão que vem dando certo e que é aprovada pela maioria dos jaçanaenses, é melhor me tirar logo através de um golpe do que me enfrentar nas urnas nas próximas eleições, pois hoje a minha popularidade cresce e isso ameaça diretamente o projeto político de retorno deles.
          Num ato covarde, eles se uniram numa trama arquitetada e induziram um “laranja” a fazer denúncias vazias contra mim, as quais ele próprio nem sabe do que se tratam. Assim, se assessoraram com políticos de sua mesma índole e enfim instalaram o golpe que tramaram às escondidas. E a população reage e se indigna com tamanha injustiça, mas é ignorada porque o projeto daqueles que querem tomar o poder é maior do que qualquer apelo popular. Cegos, os golpistas subestimam o grito da juventude e acham que nas próximas eleições o povo já tem esquecido essa tramoia. Será? Cavam suas próprias sepulturas, afinal os tempos são outros e as velhas práticas estão obsoletas.
          Algumas pessoas se inquietam com a minha serenidade e acham que eu “não tô nem aí” para o que está acontecendo. Não se trata de não estar preocupado com isso tudo. É claro que estou preocupado, não por possivelmente ter que sair da prefeitura, porque, diferentemente deles, eu não tenho apego a esse cargo, mas pelas circunstâncias em que isso está se dando; por ser um golpe e porque querem assumir a prefeitura pegando carona sem terem concorrido a um processo eleitoral. Estou tranqüilo porque não cometi crime nenhum e provarei juridicamente isso. O problema é que este não será um julgamento jurídico, mas sim um julgamento político, onde os interesses meramente pessoais podem vir a falar mais alto. Temo sim porque sei que entregar a prefeitura a minha vice-prefeita e aos seus novos aliados será um retrocesso para o nosso município, pois quem vai sofrer com tudo isso é a população jaçanaense. Entretanto, se isso por uma eventualidade acontecer, voltarei a minha sala de aula normalmente, pois graças a Deus tenho para onde voltar. Já os meus algozes não têm, por isso a sede em ter a prefeitura de volta para fazer dela uma carreira e um negócio de família. O possível impeachment não afetará substancialmente a minha vida pessoal, mas será uma afronta à democracia e um desastre na vida econômica e social da nossa cidade.
          Os vereadores por sua vez terão o poder de decisão. Pessoalmente acho que eles ainda não perceberam que estão sendo usados por aqueles que articularam o golpe com o único objetivo de assumirem ilegitimamente a prefeitura. Rechaçados pela comunidade local, os vereadores (principalmente os seis que votaram pela instauração do processo) estão no olho do furacão, enquanto os mentores do golpe gargalham e se eximem de qualquer culpa, colocando toda a responsabilidade nos legisladores, quando na verdade os nobres vereadores foram provocados por aqueles que antes faziam parte da gestão e que agora se aliaram aos antigos políticos locais para que esse golpe passe adiante. Colocando a culpa de tudo na Câmara, os golpistas se eximem e assistem de camarote o espetáculo em que essa história se transformou. E o assunto repercute e indigna políticos e militantes, que se posicionam contrários ao golpe, e começa a ganhar a grande mídia que volta seus olhares para o que está acontecendo aqui.
          Enfim, nos resta aguardar os desdobramentos desse caso e torcer para que essa investigação termine de forma justa, porque se depender de provas de que as denúncias são vazias e de que não houve crime nenhum, o processo certamente será arquivado. Força e fé no que virá!


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